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Como fazer recursos de provas discursivas (5 dicas práticas)

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Victor Dalton10/06/2021

10/06/2021

Olá, candidato e candidata! Se você chegou neste artigo, é porque provavelmente fez (ou vai fazer) uma prova discursiva em seu concurso público. E, caso tenha feito, não está satisfeito com a nota obtida no resultado preliminar da prova discursiva, ou mesmo não quer perder pontos para o seu concorrente que está atrás de você e vai fazer recurso.

Fazer recursos em provas discursivas é essencial! Já vivi esta etapa na pele, como concurseiro, e subir a minha nota da discursiva foi essencial para que eu ficasse dentro das vagas no meu concurso de Analista de Planejamento e Orçamento do então Ministério do Planejamento.

Por outro lado, também já pude, por diversas vezes, auxiliar concurseiros, como especialista, a fazerem recursos para as suas provas discursivas. E, com esta experiência, gostaria de condensar 5 dicas que considero muito úteis para elaborar bons recursos. Vem comigo?

Conheça os critérios da banca examinadora

As provas discursivas possuem naturezas muito variadas. Algumas são redações sobre assuntos da atualidade, outras podem ser estudos de caso, mais tecnicistas. Além disso, os critérios de correção costumam variar bastante de banca para banca examinadora.

Algumas bancas (como a finada ESAF), penalizam o candidato por aquilo que ele escreveu (AI – argumentação incorreta, FPT – fuga parcial do tema); outras, por seu turno, possuem um espelho de correção com a ideia “gabarito”, e penalizam o candidato quando não encontram a ideia gabarito no corpo da redação. O CESPE é um exemplo deste último caso.

De qualquer forma, estes critérios costumam vir no edital do concurso, e você precisará confrontar o conteúdo do edital com o espelho de correção e a própria discursiva. Veja este exemplo de critério adotado pela banca CEBRASPE para a Polícia Federal:

Você precisará dos critérios para o próximo passo.

Procure os itens nos quais sofreu maior penalização

Quando você recebe a nota da prova discursiva, além de visualizar a sua própria redação, você também irá receber o espelho de correção da banca, na qual ela irá detalhar os elementos que compuseram a sua nota. Veja este exemplo abaixo:

Veja que, no momento de se debruçar para buscar otimizar a nota da prova acima, obviamente o esforço inicial deve ser no sentido de tentar aumentar a nota no item d. (que recebeu 1 ponto em 7 possíveis), para, posteriormente, tentar aumentar a nota em b. (que recebeu 2,5 em 5).

“Ah professor, mas eu vou tentar aumentar a nota em todos os itens em que eu perdi ponto”. Contudo, em virtude de os prazos para recursos serem curtos (normalmente 48 horas), os esforços de análise precisam ser direcionados. Ninguém vai querer, faltando poucas horas para acabar o prazo recursal, fazer a análise dos itens que mais faltam pontos às pressas. Utilize as primeiras horas para avaliar os itens nos quais a penalização é maior, atacando os problemas do maior para o menor.

Use linguagem impessoal (sem ser burocrático)

“Poxa, fera. Dá uma ajuda aí” – Acredito que não seja este o tipo de linguagem que o examinador quer ler na hora de reavaliar uma redação, não é mesmo? Utilize linguagem impessoal na hora de escrever o seu recurso. Não precisa utilizar um “vossa excelência”, mas um “prezado avaliador” mostra profissionalismo e imparcialidade.

Ah! Evite também contar seus problemas pro examinador, desabafar, dizer que precisa dos pontos para passar… é o tipo de conduta que fará o seu recurso ser sumariamente descartado, sem análise.

Não refaça sua redação (aponte seus acertos)

Atenção! Acredito que esta pode ser a dica mais importante de toda a lista.

Um dos erros mais graves (ou tentativa de malandragem) do candidato, é querer escrever o item certo durante o recurso, tentando compensar os erros que estão na redação. Isto não funciona!

O seu trabalho, durante o recurso, deve ser o de apontar os seus acertos para o examinador, que já devem estar presentes no corpo da prova. Vamos trabalhar com exemplos? Comecemos com o exemplo ruim:

Prezado examinador, acredito que minha pontuação no item b. deveria ser mais alta, uma vez que o artigo 17, inciso I da Lei 8666, afirma que a alienação de bens imóveis da Administração Pública demanda demonstração de interesse público. Tal ideia está em meu texto. Portanto, acredito que devo obter os cinco pontos do item.

Agora vou trazer um bom exemplo, para depois fazermos a comparação:

Prezado examinador, acredito que houve penalização desproporcional no item b. A abordagem esperada cita o artigo 17, inciso I da Lei 8666. Embora não de forma completa, tal abordagem foi parcialmente contemplada nas linhas 16 a 19 e também na linha 27 do meu texto. Diante do exposto, solicito a revisão para cima da pontuação conferida.

Embora os exemplos estejam bem sintéticos (eu nem usei bibliografia de apoio), eu acredito que você tenha percebido a diferença, não?

No primeiro caso, o candidato escreve o próprio gabarito no recurso, na expectativa de que o examinador seja “envolvido” na argumentação do candidato para ganhar mais pontos. No segundo, o candidato é mais técnico, preocupando-se em fazer o examinador reler as linhas nas quais a ideia está exposta. Sem dúvidas, o candidato deve buscar o segundo caminho.

Um especialista pode ajudar

Talvez você tenha lido os exemplos acima e pense: “mas professor, meu texto realmente está ruim. acho que desse mato não sai coelho”.

Olha, talvez você esteja certo, mas talvez não. Porque, infelizmente, você só tem a SUA discursiva para analisar.

Deixe-me contar uma história marcante que aconteceu comigo em 2015.

Neste ano, aconteceu um concurso para Analista de Tecnologia da Informação do então MPOG. Eram 300 vagas para o cargo. No entanto, a mão pesada do examinador na discursiva fez com que tivéssemos somente 169 aprovados antes da fase de recursos.

Eram necessários 12 pontos para conseguir a aprovação nas discursivas, e muitos alunos me procuraram desesperados (sem exagero), pedindo ajuda com aquela prova. Naturalmente não pude negar, e foi aí que eu entendi uma coisa…

Eu passei a ter em mãos muitas redações diferentes para um mesmo tema. E consegui perceber itens que o examinador pegou pesado alguns candidatos, e leve com outros candidatos. Sabe o Neo quando enxerga a Matrix? Foi a mesma coisa, rs. Foi como se eu entrasse na cabeça do examinador. E aí a coisa começa a ficar mais fácil, pois eu comecei a sugerir recursos de forma mais incisiva, pois eu já sabia que, em outras redações, o examinador tinha pegado mais leve com alguns candidatos no mesmo item. E não deu outra! Vejam abaixo alguns alunos que tomaram posse depois da fase de recursos:

Aluno Nota antes dos recursos Nota depois dos recursos
Luciano Franceschi de Azevedo 10,99 13,11
Jordana Garcia Evangelista 8,45 13,45
Rodrigo de Souza Maeda 7,21 13,96
Victor Alex Begnini 11,16 14,73
Regina Celia Z. Pires de Oliveira 9,93 12,43
Mateus Drigo da Silva 10,78 12,03
Veraldino Mendes Dias 8,53 14,78
Paulo Fernandes dos Santos 9,53 13,28

O caso da Jordana foi bem emblemático, pois ela estava grávida e precisava de mais de 3,55 pontos para passar… eu sabia que era difícil, mas conseguimos 5 pontos! E sabe onde essa turma acima estava no início de 2016? Tomando posse!

Recepção aos novos ATIs do MPOG, em 16 de fevereiro de 2016.

Pois é, o especialista tem algumas vantagens. Além de poder comparar múltiplas redações e entender o examinador, dependendo do conteúdo cobrado, ele pode ter uma bibliografia diferenciada que pode auxiliar a elaboração do recurso. Uma vez, para fazer recursos do Banco Central, cheguei a utilizar 4 livros diferentes, um para cada aluno, na mesma redação, rs.

Mas, enfim, com as dicas que foram dadas, mesmo que você não tenha um especialista para te apoiar, é possível elaborar ótimos recursos em provas discursivas, para que você receba uma nota justa em uma etapa tão importante nos concursos.

Se quiser saber para quais discursivas o Direção Concursos possui especialistas em recursos, confira aqui.

Grande abraço, e bons recursos!

Victor Dalton

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Victor Dalton

Victor Dalton

Professor de Informática, Tecnologia da Informação e Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Foi Analista de Planejamento e Orçamento do MPOG, Analista do Banco Central do Brasil e Analista Legislativo da Câmara dos Deputados. Formado em Engenharia da Computação pelo IME. Possui certificações ITIL Foundation e Cobit Foundation.

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