Marcelo Soares • 04/10/2022
04/10/2022Fala pessoal!
Professor Marcelo Soares na área para mais um bate-papo.
Antes de começarmos, quero te deixar dois convites especiais, de acordo com a sua necessidade.
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Pois bem. Feito os convites, vamos ao que interessa. Hoje, conversaremos sobre os níveis da cultura organizacional.
Níveis da cultura organizacional
O esforço de diferentes pesquisadores e autores levou a uma multiplicidade de classificações acerca dos níveis da cultura organizacional, o que dificulta, em parte, o nosso estudo.
Antes de tudo, tenha em mente que o fenômeno social é o mesmo, logo, em muitas classificações, os conceitos são muito semelhantes. Entretanto, é importante que você consiga associar corretamente cada conceito à sua respectiva classificação. Para entender isso melhor, observe o esquema abaixo:
Note que temos quatro formas principais (existem outras) de descrever o mesmo fenômeno social.
“Uai Marcelo. Se é a mesma coisa, por que chamar de formas diferentes?”
Nomenclaturas diferentes decorrem de percepções diferentes dos autores. Entendendo melhor: imagine que eu e você entramos em uma montanha russa lado a lado e depois de dezenas de voltas, relatamos nossa experiência em um bloco de notas. O que você acha que aconteceria com nossos registros?
Você acha que descreveríamos exatamente as mesmas coisas?
É óbvio que não. Da mesma forma, após adentrarem nas organizações (essas classificações surgem a partir de observações em empresas reais do mundo todo), os pesquisadores da Administração relataram suas experiências de maneira distinta, o que levou a essas diferentes classificações. Entender isso é relevante, pois concluímos que não existe uma classificação melhor que outra. São apenas percepções distintas da realidade.
Entendido isso, vamos para o estudo pormenorizado de cada uma dessas classificações.
Iceberg da cultura organizacional
A metáfora da cultura organizacional como um iceberg é adotada por muitos autores. Nessa
perspectiva, assim como um iceberg, a cultura organizacional possui aspectos mais visíveis, elementos que se encontram acima do nível da água, mas também possui elementos não visíveis, os quais, na metáfora do iceberg, seriam a parte que fica oculta sob as águas.
Na parte visível da cultura organizacional, podemos listar componentes como: estrutura organizacional, títulos e descrições dos cargos, políticas e diretrizes de pessoas, métodos e procedimentos, medidas de produtividade, objetivos e estratégias, tecnologia e práticas operacionais, dentre outros. Esses componentes são visíveis para os membros da organização e, em muitos casos, até para o público externo. São componentes relacionados aos aspectos operacionais e de tarefas. Na parte oculta da cultura organizacional, temos os componentes relacionados aos aspectos afetivos, emocionais, sociais e psicológicos. Nesse sentido, podemos listar: padrões de influência e poder, valores e expectativas, relações afetivas, sentimentos e normas de grupos, padrões de interações informações, normais grupais, dentre outros.
Níveis da cultura organizacional, segundo Maximiano Segundo Maximiano (2012, p.379), os componentes da cultura organizacional podem ser distribuídos em três níveis, conforme esquema abaixo:
No nível mais alto da cultura, temos os componentes visíveis que podem ser observados diretamente: artefatos, linguagem e os comportamentos habituais. No nível intermediário, temos elementos que não são tão facilmente observáveis, porém podem ser identificados por meio de conversas com membros da organização. Por fim, no nível mais profundo, temos os valores e crenças compartilhados muitas vezes de maneira inconsistente pelos membros de uma organização. A identificação desses valores e crenças exige uma imersão mais profunda na organização, o que costuma ser feito por pesquisadores da Administração por meio de estudos etnográficos.
Compreendida a ideia dos níveis organizacionais, vejamos alguns conceitos dos elementos de cultura organizacional, segundo Maximiano:
Artefatos
Os artefatos são os componentes mais visíveis de uma cultura organizacionais. Trata-se de um conceito utilizado que compreende o tipo de arquitetura dos imóveis, os veículos utilizados, o tipo de roupa que os empregados utilizam, os produtos ofertados e utilizados pela própria organização. Em outras palavras, se é um aspecto que revela um pouco da cultura da organização e é diretamente observável, trata-se de um artefato.
Tecnologia
Tecnologia é o repertório de conhecimento utilizado para resolver problemas. O conceito de tecnologia não se limita ao uso de aparelhos tecnológicos (computadores, celulares, etc). Segundo Maximiano, trata-se, na verdade, de um conceito bem amplo que alcança todas as ferramentas sociais, tais como as instituições políticas (eleições, por exemplo) e as formas de organização (empresas, governo, cooperativas, sindicados), que são utilizadas para resolver problemas básicos de interação com o ambiente e de convivência interna.
Símbolos
Símbolos compreendem comportamentos e objetos que carregam e transmitem mensagens e significados dentro de uma cultura organizacional. É o caso, por exemplo, das armas para os militares e do crucifixo para as igrejas cristãs.
Crenças e Valores
Os valores estão no nível mais profundo da cultura organizacional. Compreendem crenças, ideologias e todos os tipos de atitudes e julgamentos compartilhamentos pelos integrantes da organização, a respeito de qualquer elemento interno ou externo. Os valores influenciam diversos comportamentos nas organizações, desde a forma de relacionamento entre as chefias e os subordinados até a forma de relacionamento que a empresa cria com seus clientes.
Histórias e mitos
As histórias e os mitos são elementos das tradições orais de organização. São muito importantes para perpetuar a cultura dominante e socializar os novos integrantes de uma organização. As histórias são narrativas ou sequências de eventos sobre os fundadores, sobre crises, sucessos ou outros episódios marcantes da vida de uma organização. É comum que histórias, ao longo do tempo, combinem elementos da realidade e da ficção à medida que são contadas. Os mitos, por outro lado, são narrativas totalmente ficcionais que surgem de maneira intencional ou não e são disseminadas pelos indivíduos ao longo do tempo.
Heróis
Os heróis são os personagens das histórias e mitos. Costumeiramente, são representados pelos fundadores ou empregados que realizaram feitos incomuns. Os heróis personificam os valores e comportamentos presentes na cultura organizacional.
Níveis da cultura organizacional, segundo Schein
Essa é, de longe, a maneira mais explorada em provas de cobrar os níveis da cultura organizacional.
Fique atento!
Edgard Shein propõe uma classificação similar àquela proposta por Maximiano. Segundo Schein, a cultura organizacional possui três níveis de apresentação: 1) Artefatos; 2) Valores compartilhados; 3) Pressuposições básicas
Artefatos: constituem o primeiro nível da cultura, o mais superficial e, portanto, o mais visível. Os artefatos são as coisas que se pode ver, ouvir e sentir quando se depara com uma organização cuja cultura não é familiar. Os artefatos são os aspectos visíveis quando se percorre os escritórios de uma organização, como as pessoas se vestem, como elas falam, sobre o que conversam, como se comportam, quais são as coisas relevantes para elas.
Valores: constituem o segundo nível da cultura. Correspondem às razões pelas quais as pessoas fazem o que fazem. Funcionam como justificativas aceitas por todos os membros. Os valores são criados originalmente pelos fundadores, em muitas culturas organizacionais.
Pressuposições básicas: constituem o terceiro nível da cultura organizacional, o mais íntimo e oculto. Nesse nível, temos as crenças inconscientes, percepções, sentimentos e pressuposições dominantes e nas quais os membros da organização acreditam.
Espero que tenha curtido nosso bate-papo de hoje, se gostar de material gratuito de Administração, não deixa de conferir nosso canal no Telegram e nosso canal no Youtube.
Se quiser aprofundar seus conhecimentos em Administração, sugiro que conheça nossos cursos.
Forte Abraço e até o nosso próximo encontro.
Marcelo Soares
Auditor do Estado do Mato Grosso. Graduado em Administração, pós-graduado em Gestão Pública e mestre em Administração (Estratégia e Governança Corporativa). Aprovado e nomeado nos cargos de Auditor do Estado do Mato Grosso, Auditor Fiscal da Receita Municipal de Cuiabá, Auditor Governamental do Piauí, duas vezes para Analista Judiciário - área administrativa (TRF-1ª, TRT-11ª), Administrador da EBCT, Administrador da Secretaria de Cultura do Amazonas, Administrador da Secretaria de Infraestrutura do Amazonas, Agente de Fomento - área administrativa da AFEAM.
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