Victor Dalton • 14/02/2024
14/02/2024Olá candidato e candidata! Se você chegou neste artigo, é porque você fez a prova discursiva do concurso Câmara dos Deputados. Se você realizou a prova e não está satisfeito com a nota obtida no resultado preliminar desta etapa, ou mesmo não quer perder pontos para o seu concorrente que está atrás de você, é importante saber como fazer o recurso.
O resultado preliminar do concurso Câmara dos Deputados será publicado nesta quinta-feira, 15 de fevereiro! Fazer recursos em provas discursivas é fundamental! De acordo com o cronograma, o prazo de início da interposição de recursos inicia no dia 16 de fevereiro e segue até o dia 19 de fevereiro.
Como concurseiro, eu já vivi esta etapa na pele e subir a minha nota na discursiva foi essencial para que eu ficasse dentro das vagas no meu concurso de Analista de Planejamento e Orçamento do então Ministério do Planejamento.
Por outro lado, também já pude, em várias ocasiões, auxiliar concurseiros, como especialista, a fazerem recursos para as suas provas discursivas. E com esta minha experiência, gostaria de contar 5 dicas que considero muito úteis para elaborar bons recursos. Vem comigo?
Vale destacar que o Direção Concursos possui dois cursos de recursos específicos para o concurso Câmara dos Deputados, com o professor Marcel Guimarães, que é Consultor do Senado. Confira todas as informações e os recursos abaixo!
As provas discursivas possuem naturezas muito variadas. Algumas redações sobre assuntos da atualidade, outras podem ser estudos de caso, mais tecnicistas. Além disso, os critérios de correção variam bastante de banca para banca organizadora.
No caso do concurso Câmara dos Deputados, a banca organizadora é a Fundação Getúlio Vargas. No próprio edital, a banca informa que serão considerados o conteúdo e a precisão das respostas, o grau de conhecimento do tema e a fluência e a coerência da exposição, assim como o domínio da escrita culta da língua portuguesa.
A FGV informa também que a nota sofrerá desconto por conta de erros gramaticais, além de abordagem tangencial, parcial ou diluída em meio a divagações e/ou por colagem de textos e/ou questões apresentadas na prova.
Os critérios costumam vir no edital do concurso, e você precisará confrontar o conteúdo do edital com o espelho de correção e a própria prova discurivs.
No momento em que você recebe a nota da prova discursiva, além de visualizar a sua própria redação, você irá receber o espelho de correção da banca, na qual ela irá detalhar os elementos que compuseram a sua nota no concurso Câmara dos Deputados. Confira este exemplo abaixo:
Confira que, no momento de dedicar-se para buscar otimizar a nota da prova acima, obviamente o esforço inicial deve ser no sentido de tentar aumentar a nota no item d. (que recebeu 1 ponto em 7 possíveis), para, depois, tentar aumentar a nota em b. (que receber 2,5 em 5).
“Professor, eu vou tentar aumentar a minha nota em todos os itens que eu perdi ponto”. No entanto, por conta dos prazos para recursos serem curtos (normalmente de 48 horas), os esforços para análise precisam ser direcionados. Ninguém vai querer, faltando poucas horas para acabar o prazo de recursos, fazer a análise dos itens que mais faltam pontos às pressas. Utilize as primeiras horas para avaliar os itens nos quais a penalização é maior, atacando os problemas do maior para o menor.
“Poxa fera. Ajuda a gente aí” – Acredito que não seja a linguagem que o examinador quer ler na hora de reavaliar uma redação, não é mesmo? Utilize linguagem impessoal no momento em que escrever o seu recuso. Não é necessário usar um “vossa excelência”, mas um “prezado avaliador” mostra profissionalismo e imparcialidade.
Ah! Evite também contar seus problemas pro examinador, desabafar, dizer que precisa dos pontos para passar… é o tipo de conduta que fará o seu recurso ser sumariamente descartado, sem análise.
Atenção! Acredito que esta pode ser a dica mais importante de toda a lista.
Um dos erros mais graves (ou tentativa de malandragem) do candidato, é querer escrever o item certo durante o recurso, tentando compensar os erros que estão na redação. Isto não dá certo!
O seu trabalho, durante o recurso, deve ser o de apontar os seus acertos para o examinador, que já devem estar presentes no corpo da prova. Vamos trabalhar com exemplos? Comecemos com o exemplo ruim:
Prezado examinador, acredito que minha pontuação no item b. deveria ser mais alta, uma vez que o artigo 17, inciso I da Lei 8666, afirma que a alienação de bens imóveis da Administração Pública demanda demonstração de interesse público. Tal ideia está em meu texto. Portanto, acredito que devo obter os cinco pontos do item.
Agora vou trazer um bom exemplo, para depois fazermos a comparação:
Prezado examinador, acredito que houve penalização desproporcional no item b. A abordagem esperada cita o artigo 17, inciso I da Lei 8666. Embora não de forma completa, tal abordagem foi parcialmente contemplada nas linhas 16 a 19 e também na linha 27 do meu texto. Diante do exposto, solicito a revisão para cima da pontuação conferida.
Embora os exemplos estejam bem sintéticos (eu nem usei bibliografia de apoio), eu acredito que você tenha percebido a diferença, não?
Na primeira situação, o candidato escreve o próprio gabarito no recurso, na expectativa de que o examinador seja “envolvido” na argumentação do candidato para ganhar mais pontos. No segundo, o candidato é mais técnico, preocupando-se em fazer o examinador reler as linhas nas quais a ideia está exposta. Sem dúvidas, o candidato deve buscar o segundo caminho.
Talvez você tenha lido os exemplos acima e pense: “mas professor, meu texto realmente está ruim. acho que desse mato não sai coelho”.
Olha, talvez você esteja certo, mas talvez não. Porque, infelizmente, você só tem a SUA discursiva para analisar.
Com isso, deixa eu contar uma história minha que aconteceu em 2015.
Neste ano, aconteceu um concurso para Analista de Tecnologia da Informação do então MPOG. Eram 300 vagas para o cargo. No entanto, a mão pesada do examinador na discursiva fez com que tivéssemos somente 169 aprovados antes da fase de recursos.
Eram necessários 12 pontos para conseguir a aprovação nas discursivas, e muitos alunos me procuraram desesperados (sem exagero), pedindo ajuda com aquela prova. Naturalmente não pude negar, e foi aí que eu entendi uma coisa…
Eu passei a ter em mãos muitas redações diferentes para um mesmo tema. E consegui perceber itens que o examinador pegou pesado alguns candidatos, e leve com outros candidatos. Sabe o Neo quando enxerga a Matrix? Foi a mesma coisa, rs. Foi como se eu entrasse na cabeça do examinador. E aí a coisa começa a ficar mais fácil, pois eu comecei a sugerir recursos de forma mais incisiva, pois eu já sabia que, em outras redações, o examinador tinha pegado mais leve com alguns candidatos no mesmo item. E não deu outra! Vejam abaixo alguns alunos que tomaram posse depois da fase de recursos:
Aluno | Nota antes dos recursos | Nota depois dos recursos |
---|---|---|
Luciano Franceschi de Azevedo | 10,99 | 13,11 |
Jordana Garcia Evangelista | 8,45 | 13,45 |
Rodrigo de Souza Maeda | 7,21 | 13,96 |
Victor Alex Begnini | 11,16 | 14,73 |
Regina Celia Z. Pires de Oliveira | 9,93 | 12,43 |
Mateus Drigo da Silva | 10,78 | 12,03 |
Veraldino Mendes Dias | 8,53 | 14,78 |
Paulo Fernandes dos Santos | 9,53 | 13,28 |
O caso da Jordana foi bem emblemático, pois ela estava grávida e precisava de mais de 3,55 pontos para passar… eu sabia que era difícil, mas conseguimos 5 pontos! E sabe onde essa turma acima estava no início de 2016? Tomando posse!
O especialista possui algumas vantagens. Além de comparar múltiplas redações e entender o examinador, dependendo do conteúdo que foi cobrado, ele pode ter uma bibliografia diferenciada que pode auxiliar na elaboração de um recurso.
Com essas dicas dadas, mesmo que você não tenha um especialista para lhe ajudar, é possível elaborar ótimos recursos em provas discursivas, para que você receba uma nota justa em uma etapa muito importante no concurso Câmara dos Deputados.
Por fim, eu indico dois recursos, um para Analista Legislativo – Técnica Legislativa e outro para Analista Legislativo – Técnico de Material e Patrimônio, com o professor Marcel Guimarães. Veja mais detalhes nas ofertas abaixo:
RECURSO PARA ANALISTA LEGISLATIVO – TÉCNICO DE MATERIAL E PATRIMÔNIO
RECURSO PARA ANALISTA LEGISLATIVO – TÉCNICA LEGISLATIVA
Grande abraço e bons recursos!
Victor Dalton
Victor Dalton
Professor de Informática, Tecnologia da Informação e Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Foi Analista de Planejamento e Orçamento do MPOG, Analista do Banco Central do Brasil e Analista Legislativo da Câmara dos Deputados. Formado em Engenharia da Computação pelo IME. Possui certificações ITIL Foundation e Cobit Foundation.
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Victor Dalton • 14 de fevereiro de 2024
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